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sábado, 11 de setembro de 2010

UPP's são o cabralh@#&%@#$#o!!!!


Caríssimos!
Não sei se já perceberam ou mesmo compartilham desta euforia que toma conta de nosso Estado, principalmente de nossa região metropolitana, quando o assunto é a tal da Unidade de Polícia Pacificadora ou simplesmente, UPP?
Primeiro introduzidas no centro e na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, para logo depois serem introduzidas na Tijuca (bairro da zona norte, próximo ao centro e com padrões de zona sul), as UPP's logo se tornaram uma unanimidade em termos conceito em segurança pública. Seja pró ou contra o governador Sérgio Cabral, pai de registro da idéia, a opinião converge para o reconhecimento de que as UPP's são um exemplo de eficiência que o estado do Rio de Janeiro já viu no campo de segurança pública, como abordado no site Abordagem Policial (http://abordagempolicial.com/2010/03/upp-na-revista-veja-rio/) em reportagem sobre matéria publicada pela revista Veja Rio de 31/03/2010 (http://vejabrasil.abril.com.br/rio-de-janeiro/editorial/m1783/na-guerra-contra-o-crime). Todavia, vale ressaltar alguns pormenores registrados in loco em minha experiência cotidiana e sob análise crítica de um professor suburbano que trabalha em Ramos e na cidade de Duque de Caxias.
É nítida a presença de meliantes exilados das áreas "pacificadas" em outras regiões metropolitanas de nosso estado, bem como em regiões antes menos afetadas pela bandidagem típica das áreas metropolitanas, como Petrópolis, Macaé e Friburgo.
Outra análise pertinente é de que traficante não deixa o ofício e vai distribuir currículo em supermercados ou em lojas de departamentos. Se deles é retirado o seu ganha pão habitual, sua tendência natural será migrar para ofícios relacionados com aquilo que a sociedade lhes reservou, assalto, furto, extorsão etc, na melhor das hipóteses, atuarão como "flanelinhas", que na verdade nada mais é que uma extorsão em área pública através da ameaça ao seu patrimônio automotivo.
É como se diz popularmente, "cobrir um santo descobrindo o outro"! Pois foi isso que a atual estratégia de segurança pública em nosso estado nos ofereceu, deslocar algum efetivo de polícia para áreas popularmente visadas pela violência e deixar o resto do estado desguarnecido, como já de costume, de segurança. Não que essas áreas, comunidades cuja urbanização anárquica e caótica favorece a violência e o desprezo moral pela cidadania, não mereçam atenção do Estado, pelo contrário, o Estado tem o dever e a responsabilidade de assisti-las, bem como todas as outras de nosso estado. Mas, ao invés invadir essas comunidades com o seu aparato policial e deslocar o problema para outras áreas e outros setores, o estado do Rio bem que poderia invadir essas comunidades com o Estado de direito, com projetos de urbanização, crédito acessível imobiliário, ordem e planejamento social, educação e assistência médica de qualidade, assessoria jurídica, cultura, esporte, lazer e, inclusive, policiamento, mas sem exclusividades ou ocupações. Ocupa-se áreas conquistadas em guerra, inimigas, não áreas da própria cidade, do próprio estado, onde se fala a mesma língua e se compartilha da mesma cultura como povo. Isso só desmascara o preconceito para com essas comunidades, para o governo elas não pertencem ao conjunto social e cultural de nosso estado, é um verdadeiro atestado de marginalização dentro de nosso estado.
Mas, então, o que fazer para coibir a ação dos meliantes que tornam, sob certo ponto de vista, determinadas áreas como reféns? Será que estas áreas realmente se sentem reféns dos traficantes? Ou será que a violência não consiste no eminente risco de invasões e consequentes conflitos, típicos de quando ocorre incursões policiais nas favelas ou quando uma facção tenta dominar a outra nessas áreas?
Bem! O problema existe, e sua gênese é complexa. Mas, mais simples que um mais um igual a dois, é a solução! Estado cidadão e não policial onde o mesmo se ausenta e segurança inteligente, ágil, eficiente e, sobretudo, HONESTA, orientada pelos diversos mapas de ação ilícita nas diversas cidades do estado, principalmente nas cidades da região metropolitana. Pode-se até criar algo próximo das UPP's, mas sem descriminar regiões por preconceito ou por estratégias tipo "cartão postal" teatralizando as ações, e pior, sem deslocar o problema de um lado para o outro.
Minha sugestão é a criação das Unidades de Segurança Estratégica ou USE's, já que o povo fluminense adora siglas sugestivas! Nesse modelo contaríamos com postos mistos,  composto por policiais civis, militares, paramédicos e conciliadores jurídicos onde se ofereceria, além de segurança à uma região estratégica, sempre próxima a escolas e/ou postos de saúde, um verdadeiro serviço para a cidadania da região, com assessoria jurídica, retirada de documentos, dados estatísticos sobre a região, segurança efetiva, biblioteca virtual, acesso à internet entre outros. Estariam sob a administração integrada do batalhão de polícia militar, da delegacia, do corpo de bombeiros e do tribunal de pequenas causas locais e poderiam contar com um efetivo adequadamente capacitado para tais funções. Poderiam funcionar em containers adaptados para esse fim e custeados em parte ou integralmente pela iniciativa privada ou em algum tipo de edificação projetada para isso.
Imaginemos nossas escolas e nossos postos de assistência médica tendo como vizinhos próximos uma USE? Poderíamos deixar nossas crianças e nossos jovens nessas escolas na SEGURANÇA da presença efetiva do Estado próximo a eles. Imaginemos também, poder ir e vir ao posto de atendimento médico sem a preocupação de sermos vítimas de algo mais além do mal estar que nos motivou procurar atendimento médico. Isso sim, daria gosto de pagar imposto para ver acontecer!
Enquanto isso, maquiamos o nosso estado com as UPP's e deslocamos a violência de uma região para outra, de um setor para o outro e continuaremos sendo vítimas da teatralização do Estado desperdiçando tempo e dinheiro público sem, efetivamente, chegar perto da solução dos nossos problemas cotidianos. Só gostaria de saber se, mesmo não concordando com nada que propus aqui, você, cidadão carioca ou fluminense, se sente mais seguro de um modo geral, no seu ir e vir de cada dia, com as já implementadas UPP's em nosso estado? Dê uma olhada nos noticiários locais e constate você mesmo a eficiência das UPP's em nosso estado como um todo!
Vida longa, próspera e feliz a todos e aquele abraço!

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